Disponibilização da revista Musa - Museus Arqueologia & Outros Patrimónios, vol. 2

 

Já pode consultar todos os artigos do segundo volume da revista "Musa - Museus Arqueologia & Outros Patrimónios" aqui: http://maeds.amrs.pt/musa2.html?fbclid=IwAR3KEngP0DhlZIx86G2AQoSULlvNp96hDvbSnHxITRwAukGue440e22tHeM

Contamos com a sua presença!

 

Nova peça no acervo do MAEDS em 3D:

Taça de cerâmica pintada da II Idade do Ferro

Vaso caliciforme de cerâmica, decorado com pintura de bandas e traços verticais ondulados de coloração vermelha (séc. III-II a.C.) recuperado no depósito votivo de Garvão (Ourique). Possui cerca de 20cm de diâmetro de bordo e uma altura de aproximadamente 18,5cm. Imagem 3D realizada em Blender. Elaborada por Francisco de Lima Nunes.

http://maeds.amrs.pt/destaque2.html

OS ATELIERS DE VERÃO ESTÃO DE VOLTA AO MAEDS!

AS INSCRIÇÕES JÁ ESTÃO ABERTAS!

Ateliers de Verão MAEDS

Ficha de inscrição:

http://maeds.amrs.pt/ateliersverao22.html

12 a 15 de Julho

CRIA ARTE

Partindo de uma visita à exposição "Temporal Atemporal" pintura de Pedro Almeida, iremos explorar a dimensão artística através de actividades de pintura, desenho e escultura.

Haverá ainda espaço para realizar uma exposição com os trabalhos realizados durante o atelier.

19 a 22 de Julho

O QUE GUARDA UM MUSEU?

Partindo da exploração das exposições permanentes do MAEDS (Arqueologia e Etnografia), os participantes serão desafiados a construir novas interpretações através da criação de personagens, histórias e marionetas.

25 a 29 de Julho

LENDAS DA MINHA REGIÃO

Pretende desenvolver a criatividade, a capacidade de interpretação e comunicação, através da exploração de lendas da Região de Setúbal. Iremos construir pequenos livros, teatro de sombras, postais pop up e ilustrações com diversas técnicas.

Público-alvo: dos 7 aos 14 anos

Duração de cada atelier: 4 dias (terça a sexta)

Horário: 10H00-12H00

Número máximo de participantes: 12

Preço - 12€ (por semana)

Inscrições e informações:

Serviço Educativo MAEDS

Av. Luisa Todi, 162, 2900- 451 Setúbal

Tel. 265239365 / 939553004

E-mail: maeds@amrs.pt

www.maeds.amrs.pt

MAEDS EM PARCERIA COM A ESCOLA SECUNDÁRIA D. JOÃO II

 

Arraial Cultural Joanino, na Escola Secundária D. João II

Nesta interessantíssima iniciativa da Escola Secundária D. João II, coordenada pelos Professores Joseph Rodrigues e Maria João Reis, o MAEDS participou, através do seu Serviço Educativo, com a apresentação da exposição de originais de Nuno David /Figuras Populares e Ocupações tradicionais de Setúbal. A mesma  foi animada com um workshop de trabalhos gráficos inspirados no setubalense Francisco Augusto da Silva Finura ( Setúbal, 13/04/1929 a 04/09/2012; PROFISSÕES E HABILITAÇÕES - Professor de Hipnose, Telepatia, Retensão Memorial, Psicanálise, Magnetismo e Fascinação, Numismata, Arqueólogo, Inventor, Erudito Investigador e Coleccionador. Astro internacional de Cinema, artista de variedades, Ilusionista, Fakir, Toureiro, Marinheiro de Longo Curso, Escafandrista, Cozinheiro, Industrial de Conservas, Serralheiro, Torneiro, Bate-chapa, Mecânico, Electricista, Afinador de Bicicletas, Cromador, Recauchutador, Vulcanizador e Polidor de Metais. DESPORTO - Ex-Professor de Natação, Mergulhador profissional, Homem-Rã, Lutador, Boxeur, Judoca, Ciclista, Water-Pool Man, Vela, Remo, Ski Aquático, Pesca Submarina, Hóquei em patins, Basquetebol e Voleibol. DIPLOMAS - Diplomado pela Escola de Psicologia de Nancy (França), Diploma do Instituto de Socorros a Náufragos (Portugal) e Diploma de Dador de Sangue do Hospital de Setúbal. CONDECORAÇÕES - Medalha do Instituto de Socorros a Náufragos: 29 salvamentos. Rei do Carnaval de Setúbal em 1968, 1969 e 1970.)

In Memoriam

António Quaresma Rosa. Colaborador e Amigo do MAEDS

Nota de pesar e de gratidão

Visita guiada aos alunos da UNISETI, em 2015, pelo Professor António Quaresma Rosa. MAEDS, exposição “Chronos” da artista Rosa Nunes.

António Henrique Quaresma Rosa nasceu em Setúbal em 1938 e faleceu na mesma cidade na sexta-feira, dia 27 de Maio. Personalidade pública, exemplo de cidadão pró-activo, acompanhou o percurso do museu desde a sua fundação e colaborou em muitas das suas iniciativas, nomeadamente na organização do ciclo dedicado à memória do historiador Almeida Carvalho, no programa e exposição “Conhecer o Património da Região de Setúbal” e em várias Jornadas do Dia Internacional dos Museus. Esteve também presente, com o seu apoio sábio e afectivo, nos momentos mais difíceis. A actividade cultural e o movimento associativo de Setúbal muito beneficiaram com a sua generosa e empenhada intervenção.

 

Foi co-fundador e ocupou cargos directivos nos órgãos sociais do Círculo Cultural de Setúbal, polo agregador dos intelectuais de esquerda da nossa cidade durante os tempos negros do fascismo. Fez igualmente parte dos núcleos fundadores do Centro de Estudos Bocagianos e das Associações de Defesa do Património SALPA (Associação para a Salvaguarda do Património Cultural e Natural da Região de Setúbal) e DEPA (Centro de Estudo e Defesa do Património Histórico do Distrito de Setúbal). Desempenhou funções nos órgãos sociais destas instituições, bem como na LASA (Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão), no CIMM (Centro de Iniciativas Manuel Medeiros) da UNISETI, no Clube Naval Setubalense e na Associação Cultural Sebastião da Gama. Fez parte da Comissão Municipal de Toponímia.

 

Estudioso do património cultural setubalense, leccionou na Universidade Sénior de Setúbal ao longo de mais de uma década; foi colaborador de “O Setubalense”, nomeadamente na obra “Setúbal no Centro do Mundo”, editada em 2020 para assinalar os 165 anos do jornal; foi um permanente colaborador do museu, aí proferindo muitas das suas aulas.

 

A relação fraterna que o ligava aos seus concidadãos, o prazer da partilha de conhecimentos com os outros, a disponibilidade para incentivar ideias e projectos culturais para a sua cidade, a capacidade de construir consensos, a postura positiva e apolínea como viveu fizeram de António Quaresma Rosa um setubalense ímpar, de quem os seus numerosos amigos vão ter saudades, e a cidade também, da Praça de Bocage ao Largo da Misericórdia, a Capricho, naturalmente, com tantas lembranças da juventude! O cais da “Asa do Avião”, de onde embarcava para Tróia, com a sua bem-amada, o Clube Naval, A Arrábida, o MAEDS, seguramente.

 

A sua memória perdurará como a de um cidadão de corpo inteiro, que abraçou até ao final da vida, a causa da defesa do património histórico-cultural do seu torrão natal.

Este é um lugar certo para tecer os fios da memória, mesmo em tempo de luto e de gratidão.

António Quaresma Rosa em visita à exposição “Chronos”. MAEDS, 2015.

 

Momento de pausa na visita ao centro histórico de Setúbal e sua cultura marítima. MAEDS, 2017.

 

 

 

 

ACERVO DO MAEDS EM 3D

 

Os ídolo-placa, geralmente de xisto, mais raramente de grés ou calcário, surgiram no Neolítico final do Centro e Sul de Portugal, em ambientes, de um modo geral, funerários, há cerca de 5200-5000 anos e sobreviveram até aos inícios de Calcolítico, há cerca de 4800 anos. A sua conotação com a morte é evidente, tal como com o sexo feminino da entidade que representam. A maioria dos exemplares conhecidos apresenta um carácter antropomórfico estilizado, cujo corpo se encontra “vestido” por estrutura têxtil de motivos geométricos diversificados; algumas peças mais evolucionadas possuem olhos solares. Excepcionalmente, a representação antropomórfica gravada nestas placas pétreas surge desnuda, com signos atribuídos ao sexo feminino. Na esmagadora maioria dos exemplares existe no topo um orifício que permitia a sua suspensão ao pescoço da(o) defunta(o). Diversas interpretações têm sido propostas para estes ideoartefactos “icónicos” da Pré-história portuguesa, que não serão aqui debatidas. O exemplar apresentado, proveniente de ossuário da Lapa do Bugio, do Neolítico final, e pertencente ao acervo do MAEDS, apresenta uma iconografia única. No interior do corpo da divindade feminina, encontra-se figurado o ídolo almeriense, muito divulgado em contextos coevos do Sudeste da Península Ibérica, manufacturado frequentemente em placa óssea. Podemos assim ler neste ídolo-placa uma alusão à maternidade, mas mais ainda, à interacção entre as costas atlântica e mediterrânea do sul da Ibéria e apreender uma narrativa que com 5000 anos nos indica ainda caminhos com futuro.

 Imagem 3D realizada em Blender. Elaborada por Francisco de Lima Nunes.

Clique aqui para ver a animação da peça>https://www.youtube.com/shorts/2sHnyCuhKWY