MESO 2010

O MAEDS estará presente nesta reunião científica através de uma comunicação apresentada por Joaquina Soares.

Para mais informações consulte:

O MAEDS COLABORA NO COLÓQUIO INTERNACIONAL LUCIUS CORNELIUS BOCCHUS QUE SE REALIZARÁ NOS DIAS 6, 7 E 8 DE OUTUBRO DE 2010, EM TRÓIA-SETÚBAL.

O MAEDS colabora no colóquio internacional “LUCIUS CORNELIUS BOCCHUS- Escritor lusitano da Idade da Prata da Literatura Latina”, organizado pela Academia Portuguesa da História e Real Academia de la Historia. É dedicado a um ilustre escritor romano Lucius Cornelius Bocchus, originário de Salacia (Alcacér do Sal) que foi também uma importante personagem politica da época Júlio-cláudia.

O director do Centro de Estudos Arqueológicos, Dr. Carlos Tavares da Silva irá apresentar a comunicação “No Baixo Sado, da presença fenícia à Imperatoria Salacia”, no dia 7 de Outubro pelas 10.45H.

Inscreva-se e participe:
http://academiaportuguesadahistoria.gov.pt/

Aspecto de sector comercial (lojas e pátio) da cidade romana de Salacia (Castelo de Alcácer do Sal). Escavações do MAEDS. Foto de arquivo.




NOVA EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA NO MAEDS

O MAEDS deseja umas boas férias e recorda que as exposições temporárias serão mudadas nos primeiros dias de Setembro.
Traga um amigo para a inauguração de uma grande exposição de artes plásticas “PERGUNTAS E RESPOSTAS - Um jogo visual com final incerto”, da autoria de Eduardo Carqueijeiro, no dia 3 de Setembro (Sexta-feira), pelas 18.30H, na sede do MAEDS.


O MAEDS NA PRIMEIRA FESTA DE ARQUEOLOGIA





Apesar de o Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal se dedicar sobretudo à Arqueologia Pré e Proto-histórica, e Romana, escolhemos para este evento a apresentação de um projecto de investigação arqueológica que incide sobre a Idade Moderna: Arqueologia e Sismicidade na Idade Moderna em Setúbal, aproveitando o facto desta realização ocorrer em um espaço de alguma forma “construído” ou configurado pelo sismo de 1755.

Dois sismos marcaram profundamente a vida do aglomerado urbano de Setúbal durante a Idade Moderna: de 1531 e o de 1755. A par da documentação historiográfica, um programa de investigação arqueológica da responsabilidade do MAEDS, tem vindo a revelar a verdadeira dimensão económica, social e cultural destes eventos naturais.


Sismo 1531


Este sismo constituiu-se como a descontinuidade maior que separa o aglomerado medieval da “nova cidade” renascentista, aberta ao próspero comércio internacional por via marítima, entretecido pela Expansão e pelo dinâmico mercantilismo do Norte da Europa, burguês e protestante.

O centro político-administrativo e económico medieval localizado na Ribeira/Praça do Castelo (actual Largo da Ribeira Velha) deu lugar a uma nova centralidade urbana, renascentista, localizada na Praça do Sapal; o provável caos social provocado na vila pelo sismo terá facilitado, pois, a intervenção transformadora do poder régio. Entre 1526 e 1537 D. João III ordenou uma profunda renovação urbanística da área do Sapal, viabilizada na sua magnitude pela intensi-dade do sismo. O humanista Garcia de Resende deixou-nos um relato sobre este sismo que as evidências arqueológicas confirmaram (Rua Augusto Cardoso, 69).







Sismo 1755


O terramoto de 1 de Novembro de 1755, que diversos autores consideram “fundador da memória” contemporânea das catástrofes coloca em confronto a filosofia religiosa e as teorias físicas, nas quais o racionalismo iluminista do Marquês de Pombal legitimou a sua acção política pronta e eficaz de reconstrução urbana.

Esta ocorrência natural foi também a grande fronteira que separou o mundo do Antigo Regime da Nova Europa liberal onde germinava a preparação das Revoluções Francesa e Industrial.

Com uma magnitude de grau 10, em Lagos, e de grau 8,5-9 em Lisboa e Setúbal, associado a tsunami de 15m na costa algarvia e de 6m em Lisboa, terá tido a sua origem na escarpa de falha do “carreamento do Marquês de Pombal” (a sudoeste do Cabo de S. Vicente).

Se as descrições deste sismo por quem as viveu são impressionantes, as evidencias arqueológicas proporcionadas pelas intervenções na Rua Álvaro Castelões e Largo António Joaquim Correia não o são menos. Podemos imaginar o solo a abrir-se e a cobertura a abater-se do tão robusto imóvel barroco do Largo António Joaquim Correia ou o incêndio que se seguiu ao sismo devastando irremediavelmente o edifício de habitação e loja de uma família da média / pequena burguesia setubalense da Rua Álvaro Castelões.

Refira-se um extracto da expressiva descrição do padre Manoel Portal, citado por Francisco Luís Pereira de Sousa em 1928 “A Villa de Setubal entre todas foy a que mais padeceo. Quasi a metade da Villa, que he das mayores do Reyno, ficou raza com a terra e tambem para se parecer em tudo nos infortunios com os de Lisboa houve nella fôgo, e se queymou huma rua o mar derrubou as muralhas, e entrou pela Villa, e pello campo quasi hum quarto de legoa e meteo dentro das ruas os barcos. No Campo do Senhor do Bomfim, que he mayor, que o terreyro do Paço, rebentarão dez olhos de agua. A freguesia de São Julião veyo a terra, e matou muita gente. Tambem cahio o collegio dos Padres da Companhia o mesmo infortunio succedeo ao Convento das Freyras Dominicas, morrendo algumas Religiosas. As de Jesus tiverão grande ruina no Convento [...]”.

















Organização: Associação dos Arqueólogos Portugueses