Visita guiada ao Museu do Aljube - Resistência e Liberdade e Antiga Cadeia do Limoeiro | 9 Outubro

 

Texto: Joaquina Soares. Fotografia: José Madureira Lopes.



Visita guiada integrada no programa cultural “Bocage o Poeta da Liberdade. A Construção da Memória nos 150 anos do Monumento a Bocage”.



Antiga Cadeia do Limoeiro. Visita guiada pelo Dr. Fernando Silva. Bocage foi aqui encarcerado em 1797 por motivos políticos. Esteve sujeito a violência física e assédio psicológico, que lhe debilitaram definitivamente a saúde e apressaram a sua morte aos 40 anos de idade. Inspirado pelo ideário da Revolução Francesa, a sua vasta produção literária é um hino à liberdade, contra a miséria e a opressão que caracterizaram o ambiente social estagnado, retrógrado e repressivo do Portugal do reinado de D. Maria I, policiado pelo implacável intendente geral Pina Manique.




Bocage pelo pintor Júlio Pomar.


"Trabalhos da Vida Humana"

Se em verso cantava dantes

O poder da formusura,

Hoje vou chorar em verso

Inconstâncias da ventura.

Vou pintar os dissabores

Que sofre meu coração,

Desde que lei rigorosa

Me pôs em dura prisão.

A dez de Agosto, esse dia,

Dia fatal para mim,

Teve princípio o meu pranto,

Ao meu sossego deu fim.

Do funesto Limoeiro

Já toco os tristes degraus,

Por onde sobem e descem

Igualmente os bons e os maus.

Correm-se das rijas portas

Os ferrolhos estridentes,

Feroz condutor me enterra

No sepulcro dos viventes.

...

(Extracto de poema de Manuel Maria de Barbosa du Bocage)


Visitou-se, igualmente ,o Museu do Aljube, antiga prisão política do regime fascista de Salazar, por onde terão passado cerca de 30.000 opositores ao regime. Visita orientada pelo excelente Serviço Educativo do Museu. Obrigada Francisco, Obrigada Elisabete Inácio!


O curro, ou segredo.



Para que a Memória não esqueça os perigos que espreitam a nossa jovem Democracia.





O 25 de Abril de 1974, mais do que um golpe militar foi a grande revolução popular que derrubou o fascismo tardio do Estado Novo e implantou a Democracia. Saibemos conservá-la e melhorá-la no sentido da igualdade, fraternidade e liberdade, núcleo central do pensamento e acção do poeta setubalense Manuel Maria de Barbosa du Bocage.







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