8 de Março de 2021. Dia Internacional da Mulher

 

Mais do que uma data é um desafio para reflectirmos sobre a desigualdade de género que continua a existir à escala global. A ONU elegeu oficialmente o Dia 8 de Março como Dia Internacional da Mulher, corolário de uma luta continuada das mulheres contra a segregação, a desvalorização e a opressão no trabalho, na rua e na família. Para o movimento de libertação da mulher contra o estatuto de inferioridade que lhe tem sido imposto, confluem muitas batalhas, muitas vidas que continuamente denunciaram a hipocrisia dos princípios da desigualdade de género e foram desconstruindo essa armadilha.

Às vezes imperceptível, porque habilmente escondido, o estigma da desigualdade de género, etária e étnica continua a estar presente no nosso retrato social e constitui uma estratégia de multiplicação das fronteiras de desigualdade pelo capital global para legitimar a extorsão de sobre-mais-valias ao trabalho feminino, infantil e imigrante.

A arqueologia e a antropologia cultural há muito demonstraram que a desigualdade de género não constitui uma fatalidade biológica, intrínseca a uma suposta “natureza humana”; pelo contrário, trata-se de uma construção social, datada, que se desenvolve sobretudo em sociedades fortemente hierarquizadas, proto-estatais e estatais, da Idade do Bronze, a partir de há cerca de 4000 anos.

O MAEDS dedica, habitualmente, o mês de Março às questões da Mulher. Encerrado ao público por força da pandemia, reabrirá com uma exposição de duas artistas plásticas: Susana Marques e Jacira da Conceição, em parceria com o MDM (Movimento Democrático de Mulheres). A propósito do tema, divulgamos aqui um vídeo sobre o trabalho de olaria no feminino, que se realiza em Cabo Verde e que faz parte do imaginário de Jacira da Conceição.

https://www.youtube.com/watch?v=gphzMACnl0M



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