Nova Exposição
Temporária
VIEIRA DA SILVA
GRAVURAS
Inauguração,
10 Março, 18h30
MUSEU DE ARQUEOLOGIA
E ETNOGRAFIA DO DISTRITO DE
SETÚBAL
ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DA
REGIÃO DE SETÚBAL
Av. Luisa Todi, 162, Setúbal
Comemorações do Dia
Internacional da Mulher/17
Iniciativa: Associação de Municípios da Região de Setúbal/
Museu de Arqueologia e Etnografia
do Distrito de Setúbal
Colaboração: Fundação Arpad Szenes -Vieira da Silva
Apoio: Junta de Freguesia de São Sebastião
COMEMORAÇÕES DO DIA INTERNACIONAL DA
MULHER/2017
O MAEDS tem
vindo a assinalar o Dia Internacional da Mulher desde 1975, e fá-lo em 2017 na
convicção de que a igualdade de género supõe igualdade económica e novos
comportamentos culturais, os quais por seu turno pressupõem o conhecimento da
intervenção vanguardista da mulher nos mais diversos domínios da criação.
Assim, este
é o momento certo para mostrar na região de Setúbal a obra gravada de uma das
mais importantes e internacionalizadas artistas plásticas portuguesas do século
XX– Helena Vieira da Silva.
Sobre:
VIEIRA DA SILVA. OBRA GRAVADA
A gravura tem um significado
próprio no conjunto da obra plástica de Vieira da Silva que não perturba o seu
desenvolvimento ou modifica o seu sentido. A artista inicia-se nas técnicas da
água-forte, do buril e da ponta seca em 1929, no célebre Atelier 17 dirigido
por Stanley William Hayter, em Paris. Breve iniciação, pois só em 1960 a
técnica do buril é retomada quando realiza as gravuras para L’Inclémence
Lointaine de René Char. O mesmo com a litografia (a primeira data de 1948), que
retoma em 1961, após algumas experiências que não a satisfazem. A serigrafia é
praticada pontualmente, a insistentes pedidos do galerista Pierre Loeb e de
Lourdes Castro e René Bertholo, artistas portugueses que viviam em Paris.
De todas as técnicas, Vieira da
Silva prefere o buril, a gravura a preto e branco, pela luz que permite com os
contrastes da gama de cinzentos. A litografia a cores levanta reticências e
reservas, pela opacidade e falta de qualidade das tintas de tipografia. A
procura da
transparência leva-a a preferir o
papel Japão, mais luminoso. A obra gráfica de Vieira não deve ser encarada como
uma produção redutora, pois a artista sempre fez questão de controlar a edição
dos múltiplos que assinou, com a mesma exigência que tinha para com o seu
trabalho.
As diferentes técnicas, com
características e constrangimentos específicos, não condicionaram o objectivo
criador: encontramos, com estes ou outros títulos e nas suas variações, temas
como Bibliotecas, Labirintos, Cidades, Estações, Jardins, Azulejos. A
preocupação da artista centrou-se, nestas como noutras técnicas, na descrição
do tempo, na sugestão do espaço. Vários historiadores de arte referem que a
obra de Vieira da Silva se caracteriza por uma meditação sobre o quadrado, o
azulejo da terra natal, cuja característica é ser múltiplo. Ligado ao tempo e
ao espaço, o azulejo isolado representa um instante; a sua multiplicação
pressupõe uma duração, a sua disposição traça uma perspectiva e a sua
desarrumação pode confundi-la. Tanto as Cidades como as Bibliotecas de Vieira
aludem ao tempo, à história e ao espaço. Os livros podem ser casas, a sua
organização nas estantes são edifícios e ruas, os jardins são subvertidos pelas
estações e temas como Atlântida exploram o tempo e o espaço lendários. Como na
pintura, Vieira da Silva tentou pela gravura descrever o mundo e desvendar a
sua complexidade, sugerindo o espaço, o correr do tempo, utilizando metáforas e
metamorfoses. Este conjunto de gravuras desvenda a sua tentativas de traduzir a
realidade que não corresponde nunca à maneira como nos habituaram a vê-la, de
uma forma plásticamente credível.
Marina Bairrão Ruivo
Fundação Arpad Szenes -Vieira da Silva
Entrada Livre
1O DE MARÇO > 31 DE MAIO
> 2017
Horário> Terça a
Sábado> 09h00 às 12h30;14h00 às 17h30
Avenida Luisa Todi, nº 162,
2900-451 Setúbal
Mais informações>
www.maeds.amrs.pt