As "propriedades de casas nobres" da família Cabedo em Setúbal e Lisboa: da implantação à evolução morfológica





As "propriedades de casas nobres" da família Cabedo em Setúbal e Lisboa:
Da implantação à evolução morfológica

por Maria João Pereira Coutinho (Investigadora IHA/FCSH/NOVA | SFRH/BPD/85091/2012)

Resumo: A família Cabedo de Vasconcelos, titular do reino durante o Antigo Regime, possuiu em Setúbal e Lisboa "propriedades de casas nobres" que ajudaram a consolidar a sua identidade. Nobilitados com os títulos de viscondes e barões de Zambujal, durante o reinado de D. Miguel I (1802-1866), esses Senhores possuíram um morgadio, renovado em vida, e hoje extinto, do qual permanecem algumas propriedades rurais, mas também duas casas urbanas, objeto da nossa análise. Essas "moradas de casas", como se designava na documentação coeva, revelam ainda hoje ser dois aglomerados habitacionais distintos - o de Setúbal, mais orgânico e intrincado, e o de Lisboa, de maior ortogonalidade e consequentemente de mais fácil interpretação -, bem como mais antigos do que o título em apreço.

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Partindo de uma análise visual, assim como da observação de documentos iconográficos e manuscritos levada a cabo no Arquivo Fotográfico Américo Ribeiro, no Arquivo Distrital de Setúbal, no Arquivo Histórico do Patriarcado de Lisboa, no Arquivo Histórico do Tribunal de Contas, no Arquivo Municipal de Setúbal e no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, este estudo crítico desse património imóvel tem por objetivo compreender a implantação e evolução morfológica dessas residências, à luz da compreensão de alguns membros dessa família, que se notabilizaram na literatura, na jurisprudência e no desempenho de funções na Administração Pública.